Um dos maiores leilões do futebol
mundial, foi assim que se iniciou o casamento entre Ronaldinho Gaúcho e
Flamengo. Uma grande festa foi armada, a torcida enlouquecida com a chegada de
um ídolo internacional, a diretoria vislumbrando um faturamento alto, com
grandes patrocínios, vendas de camisa e projetos de marketing.
A lua de mel não durou muito, com
poucas atuações convincentes, sem um patrocinador máster na camisa, e
levantando apenas um estadual, os altíssimos salários do craque não davam o
retorno esperado.
A relação do jogador com a
torcida rubro-negra é uma verdadeira montanha russa, recheada de altos e
baixos, entre vaias e aplausos a paciência do torcedor vai, aos poucos,
acabando.
O caso absurdo ocorrido em uma
boutique do Flamengo, envolvendo o irmão e assessor de Ronaldinho, Assis, que
se negou a pagar as camisas do rubro-negro que levava da loja, alegando que o
clube também não pagava seu irmão, foi a gota d’água dos muitos acontecimentos
que desgastaram a relação entre clube e jogador.
A bronca da torcida é facilmente explicável,
as fracas atuações, os seguidos casos de indisciplina, atrasos e até boatos de
que ele teria chegado bêbado a um treino, são motivos mais do que justos para a
indignação do torcedor.
A partida entre Flamengo e
Internacional, que terminou empatada em 3x3, após o time da gávea estar
vencendo por 3x1, abalou ainda mais o casório, Ronaldinho perdeu, de maneira
boba, a bola que resultou no gol de empate do colorado. Pela primeira vez, na
era Joel, Ronaldinho foi substituído, muito vaiado e xingado. Depois do jogo,
alguns torcedores cercaram o carro do jogador, seguranças tiveram que agir para
evitar um mal maior.
A relação está cada vez pior, e a
impressão que passa é de que um não aguenta mais o outro. Os amistosos que o
Flamengo está marcando com a justificativa de que o dinheiro arrecadado ajudará
a pagar a divida com o R10, parece mais, uma atitude desesperada de vender o
jogador. Os salários altos assustam quem se interessa, e Ronaldinho não tem a
intenção de ganhar menos. Ele sabe que mesmo não recebendo agora, um dia irá
receber, e se isso acontecer na justiça, o dinheiro será ainda maior.

